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terça-feira, 20 de julho de 2010

Quanto vale um Amigo


Laços Eternos

Hoje, ao atender o telefone
que insistentemente exigia atenção,
o meu mundo desabou.
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado
 da linha me informava que o
meu melhor amigo, meu companheiro de jornada,
meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente,
vindo a falecer quase que instantaneamente.
Lembro de ter desligado o telefone,
e caminhado a passos lentos para meu quarto,
meu refugio particular.
As imagens de minha juventude
 vieram quase que instantaneamente a mente.
A faculdade, as conversas em volta da lareira
 até altas horas da noite, os amores não correspondidos,
as confidencias ao pé do ouvido,
as colas, a cumplicidade, os sorrisos...
Ah... os sorrisos....
Como eram fáceis de surgir naquela época.
Lembrei da formatura, de um novo horizonte surgindo...
das lágrimas e despedidas, e principalmente,
das promessas de novos encontros.
Lembro perfeitamente de cada feição
do melhor amigo que já tive em toda a vida:
 em seus olhos a promessa de que eu nunca
seria esquecida.
E realmente, nunca fui.
Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente
me ligava quando eu estava no fundo do poço.
 Ou das mensagens - que nunca respondi –
que ele constantemente me enviava,
enchendo minha caixa postal eletrônica de esperança
e promessas de um futuro melhor.
Lembro que foi o seu rosto preocupado
que vi quando acordei de minha cirurgia
para retirada do apêndice.
Lembro que foi em seu ombro que
chorei a perda de meu amado pai.
Foi em seu ouvido que derramei as
Lamentações  do noivado desfeito.
Apesar do esforço para vasculhar minha mente,
não consegui me lembrar de uma só vez
em que tenha pego o telefone para ligar e
dizer a ele o quanto era importante para mim,
 contar com a sua amizade.
Afinal, eu era muito ocupado. Eu não tinha tempo.
Não lembro de uma só vez em que
me preocupei de procurar um texto edificante
e enviar para ele, ou qualquer outro amigo,
com o intuito de tornar o seu dia melhor.
Eu não tinha tempo. Não lembro de ter
feito qualquer tipo de surpresa, c
omo aparecer de coração aberto e disposto a ouvir.
Eu não tinha tempo. Não lembro de qualquer
dia em que eu estivesse disposto a ouvir
os seus problemas. Eu não tinha tempo.
Acho que eu nunca sequer imaginei
que ele tinha problemas e que ele
era uma ótima companhia para mim.
Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.
 Talvez - e este talvez vai me acompanhar eternamente
 - se tivesse saído de meu pedestal egocêntrico
e prestado um pouco de atenção e
despendido um pouquinho do meu sagrado tempo,
meu grande amigo não teria bebido até não agüentar mais
e não teria jogado sua vida fora
ao perder o controle de um carro que com certeza,
não tinha a mínima condição de dirigir.
Talvez, ele, que sempre inundou o meu mundo
 com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinho.
Até mesmo as mensagens engraçadas
que ele constantemente deixavam
minha secretaria eletrônica, poderiam ser seu jeito
de pedir ajuda. Aquelas mesmas mensagens
que simplesmente apaguei da secretaria eletrônica,
 jamais se apagarão da minha consciência.
Estas indagações que inundam agora
o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.
Agora, lentamente escolho uma roupa preta –
digna do meu estado de espírito e pego o telefone.
Aviso o meu chefe de que não irei trabalhar hoje
e quem sabe nem amanha, nem depois...,
pois irei tirar o dia para homenagear
com meu pranto a uma das pessoas que mais amei nesta vida.
Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo,
entre lágrimas e remorsos, de que para isto,
para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida,
eu tive tempo!
Descobri que se você não toma as rédeas da tua vida
 o tempo te engole e te escraviza.
Trabalho com o mesmo afinco de sempre,
mas somente sou "profissional" durante o expediente normal.
Fora dele, sou um ser humano.
Nunca mais uma mensagem da minha secretaria eletrônica
ficou sem pelo menos um "oi" de retorno.
Procuro constantemente encher a caixa eletrônica
 dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores.
Escrevo cartões de aniversario e de natal,
sempre lembrando as pessoas de como elas são importantes
para mim.
Abraço constantemente meus irmãos e minha família,
pois os laços que nos unem são eternos.
Esses momentos costumam desaparecer com o tempo,
e todo o cuidado é pouco.
Autor: desconhecido

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