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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Como retribuir o mal?




Cobrança indevida

"Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." Romanos 12:21

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por longa estrada.
Ao passarem próximo a uma moita de samambaia,
ouviram um gemido.
Verificaram e descobriram um homem caído.
Estava pálido e com uma grande 
mancha de sangue, próxima ao coração.
Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.
Com muita dificuldade, mestre e discípulo
o carregaram para o casebre rústico, onde viviam.
 Lá trataram do ferimento.
Uma semana depois, já restabelecido,
o homem contou que havia sido assaltado 
e que ao reagir fora ferido por uma faca.
Disse também que conhecia seu agressor,
e que não descansaria enquanto não se vingasse.
Disposto a partir, o homem disse ao sábio:
"Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida.
Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade.
 Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que
ele sinta a mesma dor que senti."
O mestre olhou fixo para o homem e disse:
"Vá e faça o que deseja.
Entretanto, devo informá-lo de que você me deve 
três mil moedas de ouro,
como pagamento pelo tratamento que lhe fiz."

O homem ficou assustado e disse:
"Senhor, é muito dinheiro.
Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!"
Com serenidade, tornou a falar o sábio:
 "Se não pode pagar pelo bem que recebeu,
com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?"
O homem ficou confuso e o mestre concluiu:
 "Antes de cobrar alguma coisa, procure saber 
quanto você deve.
Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu."

Todos os dias somos rodeados com centenas de bênçãos.
A primeira, é a própria oportunidade
de tornar a abrir os olhos no corpo físico. 
Depois, a oportunidade de encher os pulmões de ar.
Ar que nos é dado pela Divindade. 
A bênção do alimento que nos nutre o corpo.
 Alimento que extraímos da terra generosa,
bastando que nela plantemos a semente. 
A bênção do trabalho que nos permite
o desenvolvimento das nossas habilidades, o progresso,
a aquisição de bens materiais que nos são necessários. 
Enfim, o digno sustento próprio e dos que nos constituem responsabilidade. 
A bênção da religião, que nos fortalece o espírito,
dando-nos o conhecimento da existência de um Deus Pai,
que dirige os nossos destinos e guarda a nossa vida. 
A bênção da família, dos amigos, dos colegas,
dos animais de estimação. 
Cada qual, a seu modo, nos oferta, a cada dia, seu carinho, sua devoção, enriquecendo as nossas horas.
Pense, enfim, nas bênçãos que todos os dias você recebe,
sem esforço algum.
Você não precisa acender o sol,
nem pedir a ele que apareça.
Ele simplesmente vem e lhe dá calor, luz, vida.
Você não necessita acionar botão algum
para que o vento amigo se manifeste nos dias de ardência.
Ele simplesmente vem.
Balança o arvoredo, espanca nuvens borrascosas, limpa o céu e ainda brinca de desarrumar os seus cabelos.
Você não precisa suplicar ao botão para desabrochar.
 Ele arrebenta em perfume e colorido para o seu deleite.
Você não precisa suplicar aos pássaros que encham de sons o dia.
Eles aparecem e brindam seus ouvidos com a variedade infinita de seus trinados e cantorias.
Por tudo isso, pense, que direito
você tem de tomar contas a quem quer que seja,
por algo ruim que lhe tenha feito,
ante um débito tão grande para com 
Deus que tudo vê, provê, sem exigência alguma.

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