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terça-feira, 10 de agosto de 2010

A oração do PASTOR João 17


A Oração do PASTOR
O título acima proposto traz a palavra pastor grafada em maiúscula por ser uma clara referência à oração realizada pelo sumo pastor de nossas almas, o Senhor Jesus Cristo. Oração registrada no evangelho de João capítulo 17.

O apóstolo João ao selecionar o material para compor seu evangelho, escolheu cada informação de modo a não ferir o sintagma teológico proposto, conforme nos revela o mesmo em Jo.20.31  " ... para que creiais que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome." Certamente este alvo com respeito à elaboração do texto é alcançado  de forma plena e bela, uma vez que o povo de Deus tem sido edificado ao longo dos séculos bebendo de um texto extraordinário e profundamente revelador, principalmente com respeito à deidade de Jesus Cristo. O evangelho de João é tão distinto em sua abordagem da pessoa e obra de Jesus, que facilmente compreendemos porque Billy Graham o lê pelo menos uma vez por semana.

O meu intento neste breve ensaio não é refletir o evangelho de João, nem mesmo todo o texto do capítulo l7 do mesmo, mas, tão somente pinçar algumas revelações ali presentes e procurar vê-las num contexto de prática pastoral, primeiro em Jesus como aquele que do alto de seu exemplo e autoridade do ministério pastoral nos revela ou concede ou permite que conheçamos um pouco daquilo que é pertinente ao exercício diário do ministério de um pastor. Este binômio Jesus/pastor deve constituir para todos nós que estamos envolvidos no cuidado do rebanho que o Senhor a nós tem confiado, um paralelo de observação, aprendizado e prática e assim como nós aprendemos a amar com Jesus, também possamos exercer o ministério pastoral aprendendo com Ele e até mesmo a Ele imitando.

Quando leio o capítulo l7 de João, experimento um misto de reverência/gratidão/alegria/silêncio. Imagino Jesus elevando sua voz ao SENHOR Deus Todo Poderoso, porém o faz com tanta graça/pureza de alma/entrega que é impossível ler este texto da mesma maneira como lemos outra passagem bíblica, aqui eu preciso parar e como quase que ouvir o Mestre por excelência falando com o Pai celestial. O Dr. C.I. Scofield denomina este texto de ' a oração intercessora e sumo-sacerdotal de Cristo' acredito que ele está certo. Aqui sou relembrado por Cristo que as ovelhas que Ele tem confiado a mim, precisam contar com a minha intercessão a seu favor. Minha súplica a Deus pelo rebanho a mim confiado deve ser conhecida nos céus tanto por Deus quanto pelos seus santos anjos. Nessa intercessão, preciso e devo orar por mim mesmo, por aqueles que estão comigo e por aqueles que espero um dia estejam comigo. O meu coração fica muito comovido quando leio que Jesus orou por mim a quase dois mil anos atrás "não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra (JO.17.20)," e assim eu oro por aqueles que estou esperando sejam acrescentados dia a dia na igreja e quando os vejo chegando e os recebo à comunhão dos santos, agradeço a Deus pela oração atendida.Permitam-me uma leve divagação, creio que a cada alma salva Jesus alegra-se profundamente e louva ao Pai, pois sua oração continua ecoando e sendo respondida.

Outra questão que me chama a atenção é o fato da ocasião que esta oração é proferida. Jesus está vivendo seus últimos momentos junto com seus discípulos antes de ser preso e passar por todo o suplício/dor/vergonha/escândalo da cruz, entretanto Ele consegue como que aquietar sua alma neste quase último instante de intimidade com Deus e dedica grande parte dele à intercessão em favor de terceiros, até porque a intercessão se dá quando tiro os olhos de mim mesmo e o dirijo para o outro. Que grande lição pastoral nos concede o Mestre, pois nos aponta que quando o horizonte estiver enegrecido e as perspectivas não se apresentarem dentro das nossas melhores expectativas, é hora de nos elevarmos a Deus e lutar por outras pessoas, como que dizendo nas entrelinhas, o Senhor lutará por nós ou ainda eu posso e devo lutar por outros, pois, certamente o Senhor lutará minhas lutas e batalhas.

Outra revelação que percebo nesta passagem é que a qualidade e intensidade da intercessão está diretamente ligada à natureza da comunhão que se desfruta com Deus.Este dado é inquestionável com respeito ao relacionamento de Jesus Cristo e Deus, claramente perceptível nos versos de 1 a 9. Isto nos mostra que a proporção de nosso sucesso na prática da oração, inclusive a intercessora está intrinsecamente ligada à qualidade de vida íntima e espiritual que temos com o Senhor. Nós pastores de certa forma regemos ou estabelecemos o quanto de sucesso alcançaremos em nosso ministério, que é o mesmo que temos de comunhão e intimidade com o Senhor. Parece-me que não há dicotomia entre comunhão com Deus e vitória na prática pastoral, parece-me ainda ser de fato um binômio comunhão com Deus/vitória; e se pensarmos que logo após este tempo de oração com Deus acontece o evento do calvário, não terá sido esta a maneira que o mestre encontrou para melhor se preparar para tão grande desafio?

Finalmente, mas não menos importante, está a afirmativa de Cristo com respeito  a santificação "... a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles sejam santificados na verdade"(Jo.17.19).Dentre os muitos desafios que nós pastores enfrentamos ao longo dos dias, este é um dos mais importantes e tomando Jesus como nosso paradigma, devemos nos esforçar diligentemente por nos santificar, para que aqueles que nos ouvem sejam santificados na verdade, que tomara Deus esteja em nós ou por nós encarnada e assim aqueles que nos ouvem sejam santificados na verdade em nós percebida pela coerência de vida exercitada em nossa caminhada com Jesus Cristo no poder do Espírito Santo de Deus.

Que o Senhor continue abençoando a todos nós.

Um abraço
Pr. Clodualdo Pereira Mendonça
Superintendente Distrital do Campo Missionário Centro-Oeste
Pastor da IMW Campo Grande - MS

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