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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Que corrida é essa

Citando Bispo Calegari

"E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo: Muitos correrão de uma parte para a outra, e a ciência se multiplicará" (Daniel 12.4)
A Igreja em momentos de dor, assim como Israel
Daniel teve uma visão profética que o remetia a algum lugar, muito além de seu tempo. O quadro que a manifesta, é atribuído pelo Senhor a um tempo futuro - também chamado pelo Senhor de "tempo do fim". A visão é no mínimo assustadora. Sua abrangência histórica é muito ampla; sua abrangência profética também. Daniel, sob o peso dessa tremenda revelação, sentiu-se enfraquecido, quase à ponto de desmaiar. E não era para menos: a palavra profética tinha tudo a ver com seu amado povo hebreu; povo do qual, mesmo em distante e prolongado exílio, jamais se esquecera.
No entanto, a revelação aponta, de igual modo, um segmento que Daniel desconhecia. Daniel percebera com alguma clareza, a presença de um estranho povo inserido no "momento de dor" que aquela revelação apontara. Ele não entendera tal presença, e demonstrara sua perplexidade: "Eu pois ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?" (Daniel 12.8). A resposta que se segue a esta indagação do velho profeta soa como o abrir do véu, pelo qual podemos ver a presença da Igreja: "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão" (Daniel 12.10).
Cristãos andando sem rumo em nossos dias
Ao examinarmos o quadro profético exposto aos olhos de Daniel, contextualizando o mesmo com a realidade do nosso tempo, podemos entender o atual comportamento de muitos daqueles que se dizem membros da Igreja de Cristo. Percebemos, em nossos dias, aquilo que podemos identificar como uma lamentável "corrida ao pote de ouro". A preocupação em se buscar a Deus em nossos dias, para uma grande multidão, tem muito mais a ver com prosperidade material, econômica, financeira, do que com o fato de se buscar a Deus para viver a vida em Deus; vida segundo a Sua Palavra.
A correria é tão grande, e envolve um tão grande número de pessoas, que vários oportunistas procuram aproveitar esta crescente onda para montar o seu "balcão de negócios", em nome da fé (tal e qual aqueles vendedores de coisinhas, que aproveitam a onda de um prolongado engarrafamento para venderem artigos de ocasião à beira da estrada). Os mercadores do templo estão oferecendo todo o tipo de benesses, de favores em nome do Pai, em troca de um punhado de moedas. Os motivos para este próspero e crescente negócio, poderiam até ser considerados válidos, mediante os argumentos usados pelos que os praticam, caso alguns não estivessem enriquecendo e, até mesmo, tornando-se milionários graças a isso.
As vezes, sou levado a pensar que as vidas seduzidas por estes bem sucedidos comerciantes, acabam por merecer tal destino, pois o motivo de sua procura por Deus é tão banal quanto as promessas dos vendilhões da graça de Deus. Deste modo, o pagamento que fazem em troca dos favores que pretendem receber daqueles que estão bem "coladinhos em Deus" lhes dão até o direito de "reclamar com Deus", no caso de não serem atendidos em sua busca desenfreada por poder, fama e riqueza (existem alguns que chegam a incentivar: "Se você contribuiu, pode cobrar de Deus, e até exigir dele, o seu milagre da prosperidade").
Os que se deixam enredar por tais promessas de sucesso rápido, em nome de Deus, acabam por ser tornar tão errados quanto aqueles que lhes fazem tais promessas. Deste modo, enquadrados diretamente na profecia de Daniel - quanto aos que "correm de uma parte para a outra" - tanto os fazedores de promessas como os pagadores de promessas, acabam por ser arrastados nesta alucinante corrida. São como vidas sem rumo, correndo em busca do pote de ouro.
Cordialmente;
Bispo Calegari

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